Vamos ver até quando isto vai durar

Vigora a hipocrisia.

A moda é mostrar-se digno, prudente, comedido, sendo desprezível, leviano, presunçoso.

Impera a dissimulação, o fingir que se está agindo, sem nada fazer, ou fazendo exatamente o contrário do que se diz.

Diz-se que é astuto aquele (ou aquela) que verbaliza bons propósitos e sorrateiramente age em sentido contrário.

Estamos em meio, cercados, atolados num mundo de pomposas aparências.

As instituições que compõem o Estado afirmam defender o interesse geral dos cidadãos, mas decidem no particular, nos conchavos, nos acordos firmados entre poucos, movidos pelos interesses de pouquíssimos.

E, ainda assim, mesmo sendo tão-somente peões movimentados no tabuleiro dos poderosos reais — os senhores do dinheiro e da guerra —, esses personagens ridículos ainda se julgam importantes.

Quanta ignorância!

É fantástica a miséria das (auto-denominadas) elites.
  
Se você pensou em Carmen Lúcia, Renan Calheiros, Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer, Gilmar Mendes, Aécio Neves, Rodrigo Janot, Deltan Dellagnol, Rodrigo Maia, Sérgio Moro, Romero Jucá, Geraldo Alckmin, João Dória, Celso de Mello, Luiz Fux, José Serra e José Dias Toffoli, dentre tantos outros da mesma laia que frequentam o noticiário destes dias, se os nomes desses personagens vieram à sua mente, isto é sinal de que você já conhece o caráter do tempo que estamos vivendo.

Os piores exemplares da espécie humana estão na gestão do poder. Sim, porque a posse do poder está, de fato, muito além deles...

E não pense que essa é uma realidade exclusivamente nossa, brasileira. Nem que esse processo é recente.

Não, o mundo inteiro está assim, descaradamente hipócrita. A novidade é que, hoje, a hipocrisia está pela primeira vez à vista de todos, nua e crua, mesmo quando debaixo de togas.

Vamos ver até quando isso vai durar.

Texto produzido em 9/12/2016