Quando foi chocado o ovo da serpente

Do longo e esclarecedor artigo de Fábio de Oliveira Ribeiro — "Uma nova idade média e seu fim inevitável", postado hoje, 18, no JornalGGN — destaco apenas a informação de que a média de idade dos juízes, desembargadores e ministros brasileiros é de 45 anos; e de que na Justiça Federal estão os juízes mais jovens, com 42 anos, em média, tendo começado suas carreiras aos 31,6 anos (homens) e 30,7 anos (mulheres). Os dados são de levantamento realizado pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias, no final de 2013.

Tenho dito — Os indignosJoão Itagiba — que o completo desastre em que nosso País se encontra mergulhado, neste momento, deve-se, em grande parte, a uma medida baixada pela ditadura militar no final de 1969, por iniciativa de um sujeito chamado Jarbas Passarinho, então à frente do Ministério da Educação.

Tal decisão foi a retirada do estudo da Filosofia do Ensino Médio, sob o torpe argumento de que assim se impediria a promoção da ideologia comunista. Igualzinho ao que se pretende agora, com a história da "escola sem partido".

O resultado desse crime é que nas últimas quatro décadas o Brasil formou duas gerações de brasileiros e brasileiras alienados, inaptos para questionar as injustiças do mundo, ignorantes dos princípios humanistas (o melhor que esta civilização pôde formular, até agora), incapazes de interpretar os fatos da vida além da dicotomia preto ou branco.

São esses e essas ignorantes togados(as), dominados pela cultura do egoísmo e do individualismo, treinados para o elogio da meritocracia e para a compreensão rasa da realidade, são esses e essas que assumiram o poder de definir (ao menos por enquanto) o nosso futuro imediato.

Alguém poderá perguntar: E de que adianta sabermos a origem do mal que nos consome — "O ovo da serpente", como o definiu Ingmar Bergman —, se a desgraça está feita?

Primeiramente, sempre é necessário conhecer a gênese do inimigo, para que as novas gerações errem menos. Em segundo lugar, é preciso entender o modelo de pensamento, a estrutura mental do inimigo, para que possamos confrontá-lo com eficácia, hoje.

Está cada vez mais claro, por exemplo, que Moro, Bretas, Gebran, Dalagnol, Carlos Lima, Pozzobon, e todos esses juízes, promotores e também delegados federais associados ao pretenso combate à corrupção no Brasil são, na verdade, um bando de ignorantes e pretensiosos.

E como tal devem ser tratados.

Muitos, é verdade, já o fazem. Mas é preciso intensificar esse processo, demonstrar aquilo que eles de fato são: ignorantes a serviço das forças que combatem o processo civilizatório.

Falsos profetas, é o que são (para não perder as referências religiosas que muitos deles hipocritamente alimentam).

Finalizando, acrescento o link para o livro-análise do filósofo Euclides Mance, revelando a ignorância, a maldade e os crimes de Sérgio Moro (e, por consequência, de seus procuradores e delegados associados, bem como de seus imitadores no Judiciário).

O livro desmascara o sentido da condenação de Luiz Inácio Lula da Silva, no caso do apartamento de Guarujá.


download é gratuito. Baixe aqui: Falácias de Moro.

Texto produzido em 18/12/2017