"Cada passo em frente para a liberdade requer que se renuncie a uma parte da segurança. Cada passo rumo a uma maior segurança envolve renunciar a um pouco de liberdade."
O dilema acima exposto por Zygmunt Bauman — o pai da "sociedade líquida" (a ideia de que nada permanece por muito tempo) — soa como um alarme a tocar em alto e bom som na consciência do nosso tempo.
A volta da velha ideologia de direita que se constata hoje em quase todo o mundo demonstra que os habitantes da Terra, nesta primeira metade do século XXI, estão claramente fazendo a segunda opção, renunciando à liberdade em troca de segurança. E pensam que assim conquistarão alguma felicidade.
Enganam-se redondamente.
Digo que são, somos covardes, porque a História do homem não avançou quando ele se deixou paralisar.
O medo é o nosso motor, o artefato psíquico que nossa espécie criou para não ceder aos perigos reais e imaginários.
Sim, praticar a liberdade (todas as liberdades: de ver, cheirar, ouvir, saborear, sentir), inclusive as liberdades da plena e ampla cidadania, exige que o medo seja sempre desafiado.
Avançar com a liberdade é imperativo. Foda-se a segurança!
Este, sim, é o caminho seguro, a linha mais reta para a felicidade.
O resto é covardia.
A entrevista de Bauman está aqui:
Felicidade, privilégio para todos', ou, no original em italiano: La felicità secondo Bauman: Non barattiamo la libertà per la sicurezza