É do homem que estamos falando

Não, não é a ciência, nem são as tecnologias abertas ou proprietárias (ou seja, de propriedade de corporações e, portanto, escravizadoras, submetidas ao lucro) o motor da construção da espécie, como tenho lido entre os que pensam o presente e o futuro.

Lembrem-se, senhores, não esqueçam de que estamos sempre e sempre falando do homem. Deste homem que se abrigou em cavernas e delas saiu em busca de sua sobrevivência Terra a fora, para isso tendo de perceber a reta e a curva, intuir o quadrado, o triângulo e o círculo, inventar a flecha, a alavanca, a roda e dominar o uso do fogo.

É desse ser (humano) que estamos sempre falando, e de seu permanente poder de praticar saltos evolutivos, muito acima e além de qualquer expectativa, contando apenas com a perspicácia e a constância da sua natureza.

Não são os instrumentos/ferramentas que inventamos aquilo que nos conforma e que poderá (ou não) nos conduzir à maioridade vislumbrada por Kant e tantos outros.

Não estamos nas mãos, na dependência do que criamos. Nem constituímos um experimento matrixiano, como alguns 'diversionam' (com medo de enfrentar o espelho, quem sabe?).

Somos, talvez, deuses em busca de um olimpo.

Nada, portanto, de fugirmos da nossa responsabilidade com o presente, o agora. É neste preciso instante que erguemos nossas cidadelas e construímos o futuro. Atuar sobre nossos momentos com a mais completa e absoluta consciência e razão. Isto é o que se exige de nós, humanos.

Texto produzido em 23/10/2016