São uns medíocres!

A participação do Brasil na Copa do Mundo de 2014 encerrou-se neste sábado, 12 de julho, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, sob críticas unânimes e desesperadas. 

Vergonha!— clamam quase todos os "especialistas".

Não penso assim. Entendo que a nossa exclusão dos primeiros lugares desta Copa, inclusive a acachapante derrota para a Alemanha, no dia 8, deveu-se mais a um grave desvio do que temos de bom, do que a possíveis deméritos técnicos nossos.

Nossos méritos são o improviso, a ousadia, a capacidade de enfrentar e superar adversidades, dentre elas os gols sofridos no decorrer de uma partida. Foram e são assim os melhores e mais bem quistos times brasileiros de futebol. Inclusive as melhores seleções que já tivemos.

Quando queremos replicar o caráter de outros povos perdemos a nossa identidade e falhamos, ficando no meio do caminho, paralisados pelo medo.

Foi medo — associado, talvez, ao preparo físico insuficiente — o que nos levou ao mau jogo nesta Copa 2014. Não somos peças a serviço de uma tática. Não somos autômatos eficientes e no entanto previsíveis.

Somos — e nisto sempre esteve e está a eficácia do nosso melhor jogo de futebol — o lúdico, o inesperado, o desconcertante. Esta é a nossa força. Daí a alegria dos nossos adversários quando nos vencem. Daí a surpresa do mundo quando somos vencidos, ainda mais por um placar de 7 a 1.

Não é esse placar o que me preocupa — afinal nosso País organizou a melhor Copa de todos os tempos. O que me preocupa é ver tantos pretensos "especialistas" propagarem a ideia medíocre de que devemos imitar o caráter de outros povos.

Texto produzido em 12/07/2014