Preparem-se, senhoras e senhores, pois as próximas semanas, meses, quiçá todo o próximo ano serão de matar. Ou melhor, de viver.
Sim, em hipótese alguma eu preferiria deixar de estar aqui e viver estes tempos que estamos destinados a protagonizar no Brasil. E no mundo, pois somos habitantes deste mesmo planeta em convulsão.
Eu, que me lembro de estar ao lado de meu pai na Avenida Eduardo Ribeiro quando ele, chocado(?), comovido(?), atônito(?) comentava o suicídio de Getúlio Vargas.
Eu, que no final dos anos 50 sentava, atento, na cadeira tosca de uma mesa do empório próximo onde morávamos, apenas para ver e ouvir os adultos conversarem sobre política e coisas da vida, enquanto sorviam suas bebidas no final das tardes mormacentas de Manaus.
Eu, que tenho gosto pela vida enquanto é feita.
Este eu não quer perder esses tempos que se aproximam.
Vai ser de rachar o coração. Mas não tem jeito, é assim que se faz a Grande História.
Venha, 2018.
Mal posso esperar a tua chegada.
Texto produzido em 15/12/2017