Breve roteiro para superar a menoridade - I

E urgentíssimo que se inicie, em larga escala social e geográfica — planetária! — o processo de esclarecimento do homem, desde o berço, sobre a dimensão cósmica de que nossa espécie é portadora. É preciso compreender que, muito antes de sermos cidadãos de um país, integramos o Universo.

Na escala cósmica, somos partícula ínfima e frágil. E, no entanto, possuímos o poder singular de acumular conhecimentos e com eles realizar infinitas interações lógicas, produzindo assim nosso próprio desenvolvimento civilizatório.

Nesse sentido, além de portadores de uma dimensão que não nos pertence, somos protagonistas da História terrena. Temos a responsabilidade de fazê-la com o melhor dos nossos intentos. Sim, com o melhor dos nossos propósitos, em especial sob o prisma da ética.

A tarefa do esclarecimento e, por consequência, de uma ampla e decidida retomada do rumo à maioridade da espécie não é politicamente fácil, mas é socialmente simples, pois está ao alcance da vontade de cada pessoa. O primeiro passo é entender do que se trata a dimensão cósmica do homem.

Para tanto, não é preciso nenhum refinamento intelectual. Basta entender que habitamos um planeta, que este planeta gira em torno de um sol, que este sol integra uma galáxia e que esta galáxia, da qual somos uma mínima parte, insere-se num todo denominado Universo.

Não é preciso especular, como muitos hoje fazem, sobre a existência ou não de universos paralelos, de outros mundos (embora tudo seja possível). Basta que nos percebamos como partes DESTE universo.

Diante das agruras impostas pela cotidiana sobrevivência; das frustrações, doenças, injustiças e das catástrofes naturais, ou por nós mesmos provocadas, sei que é difícil, quase impossível, perceber e aceitar o fato de que integramos o Cosmos.

A maioria tem agido assim: volta-se para o próprio umbigo, enterra a cabeça no chão, chora de suas dores e, no máximo, revolta-se contra os sistemas totalitários patrocinados pelo Estado ou, mais recentemente, pelo Mercado.

Isto é insuficiente.

É um desperdício de tempo.

Um erro que nossa espécie não tem mais tempo para cometer.

Texto produzido em 23/10/2017