Estamos vivendo a era do confronto direto.
Chega de condescendência com filhos da puta.
Não há mais argumentação racional possível.
É inútil tentar dialogar com a realidade crua deste instante.
Qualquer iniciativa nesse sentido serve tão somente para que os inimigos se imponham, mais ainda, tripudiando sobre o que parece ser a nossa fraqueza, sobre a debilidade daqueles que ousam defender a democracia, o diálogo, a retomada do processo civilizatório pela via do consenso.
Chega de auto-engano!
É preciso ter claro que não há mais espaço para temperanças.
Este momento da história do homem é, de novo e sempre, um momento de confrontos abertos, binários, sem nuances.
Estamos em pleno Sim e Não.
Não se trata de OU, de alternativa, de possibilidade de escolha.
É Sim. E é Não.
É Não. E é Sim.
Cada um que escolha o seu lado, de acordo com suas convicções, ou mesmo conveniências. E o defenda com todas as armas de que for capaz. Literalmente todas, porque esta é a atitude do inimigo.
Regredimos, senhoras e senhores, aos primórdios das relações humanas.
Nesta era de comunicações instantâneas, estamos vivendo um novo vale-tudo, uma neo-selvageria. Naturalmente sem regras, sem arrependimentos, sem culpas.
Os que estávamos do lado da racionalidade, fomos superados pela novíssima dinâmica brutal.
Num primeiro momento, não a entendemos.
Num segundo, a recusamos.
Recentemente, tentamos reagir a essa brutalidade perniciosa com um 'Vem cá, calma, peraí...", ou seja, com armas patéticas, ineficazes, ridículas.
O ódio comanda. E chega!
A hora de confronto está posta. É incontornável.
Contra a infâmia, devolva-se a infâmia.
A única resposta possível à vilania é a sua total e completa destruição.
Morte ao inimigo!
Este é o ponto a que chegamos. Ou melhor, ao qual retornamos.
Fim de um tempo, para outro começar.
Como disse Gilberto Gil há uns quarenta anos, em outro contexto e com outros objetivos:
"A cultura e a civilização/Elas que se danem, ou não".
Texto produzido em 14/05/2017
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