PERDEMOS. O que fazer?

O fato de estar distante do Brasil desde o dia 22 de março, longe do clima opressivo e das comemorações calhordas pela prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, mas, graças à internet, perto de tudo o que acontece no País, talvez me permita fazer algumas observações realistas sobre o presente e o futuro. Observações estas que, já admito, não diferem muito do que venho aqui afirmando há meses.

O encarceramento de Lula é irreversível.

Pode se estender por muitos meses, anos, ou quem sabe até a sua morte (natural ou provocada), na prisão criminosa que lhe impuseram.

De nada adiantarão os atuais recursos. Nenhum efeito causarão os argumentos em favor do exame do mérito de seus processos nas instâncias superiores. (E ainda assim torço para que eu esteja errado...)

Lula, como ele mesmo disse, é hoje uma IDEIA. Uma IDEIA (de soberania, de autoafirmação e de inclusão social) que os promotores deste "golpe continuado" destruíram.

Sim, já destruíram. Eles ganharam; nós perdemos. É simples assim, mas nada termina aqui.

PRIMEIRO PASSO:

Chega de alimentar ilusões e gerar frustrações.

Quem quiser fazer acampamento nos arredores da prisão de Lula, que o faça. Mas que ninguém mais alimente a esperança de que essas iniciativas venham a produzir sua liberdade.

Lula sabe disso. Só não o diz com todas as letras, porque não se trata daquilo que os idealizadores/executores da destruição deste País gostariam que fosse: a capitulação e, por consequência, submissão completa e definitiva do povo brasileiro.

Não.

Lula não restará abandonado na moderna masmorra que lhe impuseram.

SEGUNDO PASSO:

A tarefa que cabe a nós, que estamos aqui (do lado de fora daquela cadeia), não é indefinidamente pranteá-lo, exaurindo assim as nossas forças. Nossa tarefa primordial, agora, é desnudar todos os motivos e revelar todos os personagens que (através da destituição de Dilma e da condenação de Lula) levaram o Brasil a regredir 130 anos, reescravizando-nos a todos.

Este é o som rouco que as ruas devem produzir e manter, sem tréguas, em favor do retorno da nossa democracia e, por consequência, da libertação de Lula.

Muito já se disse sobre as tais MOTIVOS e PERSONAGENS por trás (e à frente) da safadeza que fizeram contra nosso País e seu povo.

Agora é preciso aprofundarsistematizardisseminar essas informações por todos os meios possíveis, das formas mais simples e compreensíveis que se puder comunicar.

Nosso povo não tem armas (nem índole) para fazer uma revolução clássica, com sangue nas ruas. E talvez esse tipo de revolução nem mesmo seja mais possível neste século que corre, tal qual a guerra híbrida contra o Brasil acaba de demonstrar.

Perdemos.

Eles ganharam.

Agora nós conhecemos suas armas. E essas armas estão ao nosso alcance. Vamos usá-las contra eles, de forma organizada, redundante, massiva, letal.

É hora de reorganizar nossas tropas. Definir tarefas. Ganhar consciências. Lutar a boa luta.

Texto produzido em 11/04/2018