O pecado capital da "luta de classes"

Por que a luta de classes é insuficiente para superar as iniquidades do mundo?

É insuficiente porque ela apenas mitiga, disfarça e, à moda de uma religião, promete mas não entrega a mercadoria ardentemente esperada: a redenção dos explorados.

O problema não está no diagnóstico, nem nos propósitos do sistema que se consolidou na primeira metade do século XIX, em torno da tese da luta de classes.

O diagnóstico é preciso e os propósitos são nobres, os mais nobres que a mente humana poderia produzir:"De cada um, segundo sua capacidade; a cada um, segundo suas necessidades", o enunciado-mestre da ideia comunista (que, de resto, tem origem bíblica) é irretocável.

A questão é que a(s) receita)s) proposta(s) comete(m) — para não perdermos as referências cristãs, se assim quiserem — um pecado capital: parte(m) do princípio de que a maldade humana exposta nas relações sociais e econômicas decorre de fatores históricos e coletivos.

Não, os desvios de caráter da nossa espécie — digamos assim — foram autoproduzidos PELA e NA mente dos seres que antecederam o homo habilis.

O problema do homem, as iniquidades que produzimos não serão derrotadas pela ideologia política. Ela é insuficiente, inadequada e por consequência frustrante.

Nenhuma solução sangrenta, por mais abrangente e internacional que seja, será capaz de salvar nossa espécie de seu impulso primordial à autodestruição.

A única revolução possível (e efetiva) será aquela que se propuser a destecer os nós cegos enraizados na mente fundadora do homem. Nosso problema é individual, antes de ser social.

Texto produzido em 19/10/2017