Fé no Brasil

Em momentos de extremo desespero, já pensei o contrário, mas o passar do tempo produz serenidade, acalma o espírito, recompõe a racionalidade, apura nossa capacidade de observação e, hoje, entendo o contrário: nosso País é muito importante para ser destruído assim, por obra e desgraça de um grupo de corruptos entreguistas, secundado por garotos irresponsáveis protegidos (por enquanto) sob negras togas.

O Brasil, dizia o sábio Tom Jobim, não é para principiantes.

Somos, desde sempre, uma alternativa civilizatória real, pelo amálgama de raças e culturas que aqui vêm se reunindo. E não param de chegar.

Temos, sim, um destino nobre na grande História.

Os aparentes recuos que por vezes enfrentamos fazem parte do processo, de uma dialética hegeliana, na qual nada se perde, tudo se transforma. E continua a se transformar, a partir do que já foi transformado, ad infinitum.

Essa constatação talvez não serene muitos espíritos, que olham em volta e só enxergam o avanço das iniquidades e a predominância do caos. Mas é assim mesmo, a gente vê apenas a presença ou a ausência do que o buscamos.

Confiemos na História.

Talvez ela não nos recompense de imediato, mas esse dia chegará.

E, quando chegar, não nos desesperemos, pois outros caos se instalarão.

Para o desespero daqueles que virão.

Texto produzido em 23/09/2017