Hahnemann Bacelar, meu amigo

Apenas para registro: fui amigo, camarada de infância, de Hahnemann Bacelar.

Que fique isto bem claro: fui amigo de Hahnemann Bacelar.

Quando, em 1963, mudei-me para Santos-SP, aos 15 anos, deixei com Hahnemann os livros que havia herdado (em vida) de meu pai, dentre os quais a "Divina Comédia", de Dante Aleghieri, e piadas do português Bocage, até onde me recordo.

Hahnemann, filho da zeladora do Palácio Rio Branco; maltratado pelo pai adotivo junto com outros tantos irmãos, era um amigo com quem conversava (sobre o quê, não me lembro mais...), nos porões úmidos daquele edifício amazonense, imponentemente instalado na Av. 7 de Setembro, bem perto do também porão onde minha família residia, na mesma avenida.

Ao meu amigo Hahnemann — o "Gauguin da Amazônia", conforme o definiu Gabriel Garcia Marquez —, morto em fevereiro de 1971, em Belém do Pará, minha eterna lembrança e amizade.

Texto produzido em 4/11/2017