Eu continuo acreditando que a saída para o caos planetário em que nos encontramos virá unicamente da radicalização de seus efeitos. E não há o que fazer, pois a velocidade da epidemia de insanidade que assola a Terra neste momento está em modo de aceleração, sem retorno possível.
Essa é minha visão global.
No Brasil, o diagnóstico é bem específico: foram os militares, liderados pelo Exército, os responsáveis pela dissolução já quase completa do País.
Foram eles, os militares, os incentivadores e avalistas dos ataques às instituições iniciados (via demonização do Partido dos Trabalhadores) no instante em que Lula da Silva assumiu a Presidência da República, em janeiro de 2003, e consumados com a inviabilização do segundo mandato da presidenta honesta Dilma Rousseff e de seu impeachment, em 2016.
Foi esta geração de militares que, frustrada com a derrota do golpe de 1964, viu no enfraquecimento político do PT, decorrente de seguidas denúncias de corrupção, a maioria delas forjada, a oportunidade de golpear mais uma vez a nação.
Mesmo de posse das informações de que o processo denominado "mensalão" era uma invenção dos verdadeiros corruptos destinada a parar um projeto político bem sucedido de combate à pobreza, diminuição das desigualdades e distribuição de renda; mesmo cientes de que a "operação lava jato" tinha como único objetivo destruir o Partido dos Trabalhadores e suas principais lideranças, ainda assim os militares brasileiros avalizaram este crime. E pior, passaram a liderar essa trama nos bastidores podres das instituições.
Agora, exatamente agora, junho de 2019, quando se encontram no poder mercê de uma eleição fraudada, que pôs na Presidência da República um sujeito em tudo despreparado, violento, covarde, os militares, Exército à frente, que se prepare.
Chegou a conta pela desgraça que avalizaram e promoveram, por meio de pressões criminosas sobre o Superior Tribunal Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal, contra a liberdade de Lula da Silva. Aquela parte da sociedade que um dia lhes deu o crédito já percebe o erro cometido, entendendo que foi enganada exatamente por aqueles que se diziam 'salvadores da pátria'.
Está claro a todos, neste momento, que os motivos que levaram à demonização do PT e de suas lideranças nada tinha de nobre. Tratava-se tão-somente de uma vingança dos militares pela derrota do golpe de 1964. Tratava-se apenas de uma atitude sórdida, mesquinha. E de um crime de lesa-pátria ao qual, um dia, cada um deles haverá de responder perante os homens e a História.