Revoluções não acontecem porque queremos

Está cada vez mais evidente que as mudanças sociais, principalmente as revoluções, não acontecem porque uma parcela esclarecida e mobilizada da sociedade assim o deseja. São os fios dos interesses e das circunstâncias que as tecem.

Vá buscar nos exemplos mais remotos e documentados da História as razões que levaram à Revolução Industrial, à Revolução Francesa, à Revolução Russa, à Revolução Cubana, dentre tantas outras.

O que encontraremos é um conjunto intrincado de fatores que, somados, produziram nesses países e épocas as condições e os atores para o rompimento do status quo ante.

Não adianta ter pressa, portanto.

Dilma Rousseff caiu porque, inclusive, seu governo — juntamente com o de Luiz Inácio Lula da Silva — proporcionou a 40 milhões de pessoas ascenderem socialmente, sem que elas, essas pessoas, tivessem adquirido consciência dos motivos de sua ascensão na escala social.

Estranho — não é? — um projeto político bem-sucedido ser penalizado pelo conjunto de uma sociedade amplamente beneficiada por suas políticas...

Pois é, mas é isso o que acontece quando se lida com uma população semi-educada, ou — como é o nosso caso — incapaz de perceber relações de causa-efeito.

Não adianta brigar com a realidade.

A História é construída por interesses e circunstâncias.

Texto produzido em 20/12/2018