A Era do Rompimento

Hoje desejo retomar o passo que sempre quis imprimir a este blog: fundir minhas reflexões sobre a nossa caminhada civilizatória com o momento histórico que estamos vivendo no Brasil e no mundo, o qual considero perturbadoramente rico e de muito sofrimento físico e intelectual para todos.

Começo por linkar este texto a outro que publiquei em 10 de novembro de 2017, falando sobre os novos tempos que já se anunciavam em nosso país: E agora com vocês, senhores e senhores, a neoDITADURA!.

Pois bem, tivemos a Pré-História, a Idade Antiga, a Idade Média, a Idade Moderna, a Idade Contemporânea.

Entramos agora, talvez, na Idade do Rompimento.

Graças aos novos meios e modos digitais de comunicação (os sempre aperfeiçoados gadgets e aplicativos), cada portador de um smartphone é um disseminador de granadas de sentidos, combatente individual-grupal a serviço do processo de dirupção instalado pela nova dinâmica das relações sociais.

Falei sobre um dos lados dessa moeda no artigo anterior, a propósito da vitória de Bolsonaro na eleição brasileira: O Caos como esperança. Agora quero pensar sobre alguns pontos desse novo (aparentemente) momento histórico.

Primeiramente, recuso-me a condenar a tecnologia, pois dependemos do avanço das ciências e de suas aplicações para continuar acreditando e trabalhando em prol de uma alternativa viável para a vida neste planeta. Se as forças que dominam o Capital entenderam antes o processo de dirupção e vêm avançando enormemente em sua aplicação, mundo afora, isso não significa que ele um mal absoluto.

Precisamos entender, para afastar o pânico ou a indiferença, que o passo da História é irreversível.
Os novos meios e modos de comunicação estão (ou poderão estar) ao alcance de todos.

Se um lado os vêm utilizando para construir as condições de uma Terra exclusiva para os materialmente mais afortunados, atuando metódica e massivamente sobre os instintos primários de cada ser humano que alcançam, pela via tele-digital, o outro lado também deve se contrapor a essa ofensiva, apelando para os mesmos instintos.

A diferença (ética) será que, ao invés de tensionar o medo para provocar o ódio e o retrocesso, tensionar o medo para provocar o gosto pelo desafio e a superação.

Transformar o medo em indutor de comportamentos é um processo que nos remete aos primórdios da espécie, quando o homem mais primitivo (anterior ao homem agrário sobre o qual se fundou o sistema filosófico proposto por Marx) foi colocado diante da escolha fundadora desta nossa civilização: avançar ou desaparecer.

Nosso planeta é um maravilhoso ambiente girando no Cosmos. Talvez único. Por isso, todos o cobiçam. Não podemos deixar que a Terra seja transformada em um paraíso para poucos.

Texto produzido em 5/11/2018