O caos, a ordem e as distrações

Para mudar o mundo, é preciso mudar o ser humano.

Para mudar o ser humano, é preciso que a consciência da mudança promova a mobilização da vontade em cada um dos 8,2 bilhões de indivíduos deste planeta, sem exceções.

Para que a consciência e a vontade desses indivíduos tenham a chance de serem alcançadas, neste turbilhão de distrações que a luta pela simples sobrevivência nos impõe cotidianamente, é preciso que alguém ou algo dotado de inquestionável credibilidade e poder de convencimento assuma o protagonismo e a liderança do processo.

Qual a chance, para a espécie humana, de que isso — a ascensão de uma liderança protagonista capaz de conduzir a mudança do mundo — venha a ocorrer? 

Nenhuma, admito.

Quê esperança nos resta, então, dado que mudar o mundo é urgente e imprescindível?

Antes de encarar a questão crucial — Que esperança nos resta? 
, quero voltar ao texto anterior  ‘Eu não quero descer’ —, onde destaco a interpretação dos grandes ciclos históricos proporcionada pela Astrologia (conhecimento hermético originário da antiga Suméria, no quarto milênio a.C., que foi transformado em superstição com a decadência do Império Romano e, mais adiante, ridicularizado e/ou reduzido a mera curiosidade de salão, com o advento do empirismo científico no séc. XII d.C., quando a visão de curto e médio prazos ganhou status de verdade).

A Astrologia não nos traz conforto nem desculpa, digo logo, embora não passe de alguém que apenas respeita suas proposições — não sou um especialista, como foi meu amigo Cid Marcus, sobre quem tenho me referido com frequência em outras postagens. E não nos traz conforto nem desculpa, porque não há consolo nem alívio a serem oferecidos.

Repito o que escrevi no começou deste texto: para mudar o ser humano, é preciso que a consciência da mudança promova a mobilização da vontade de cada um dos 8,2 bilhões de indivíduos deste planeta, sem exceções.

Se nada e ninguém será capaz de deflagrar um consistente e continuado processo endógeno (que tem origem no interior de nossa espécie) no sentido da consciência da mudança e mobilização da vontade, a conclusão óbvia é de que estamos entregues ao nosso próprio fado, ou seja, submetidos a uma dinâmica exógena, além do nosso controle.

Esse é o diagnóstico proposto pela Astrologia, à luz dos ciclos cósmicos que se projetam sobre nosso planeta desde sempre.

Como já disse, a opção da mudança ser empreendida por nós mesmos sempre esteve e está à nossa disposição e alcance, mas se não a fizermos — como não temos feito, e nos recusamos a fazer —, a inevitabilidade cósmica se encarregará de fazê-la.

De que maneira?

Da forma como estamos vendo e vivendo: com sofrimento individual e coletivo crescente.

Alimentamos o caos e, como somos incapazes de domá-lo e cavalgá-lo, só nos resta esperar até que alguma ordem se estabeleça e, depois, até que um novo ciclo caótico se inicie. Porque nos recusamos a cumprir aquilo a que estamos destinados no Cosmos: conquistar a maturidade espiritual.

Escolha, sempre foi uma questão de escolha.