Erramos

O fim nos chama.

Lentamente.

Não esperemos que ele nos alcance assim,

mediante magnífico estrondo, 

onda colossal, 

insuportável seca, 

lava infinda descendo dos montes.

Ou mesmo na mais pan das pandemias.

Brindados por aquele meteoro redentor errante.


Não.

Não teremos tal sorte.

O fim nos chama, mas lentamente.

Restemos firmes, 

bravos idiotas!


Chegará o dia em que tudo

nos parecerá natural,

necessário,

lógico.

 

Frente ao calor silente,

ao frio integral,

ao delírio da sede definitiva, sem oásis,

tudo enfim fará sentido.


Não, não pecamos. Erramos.

Chega de autopiedade.

Erramos.

De novo e sempre: Erramos.